A implementação do Programa de "Rodas de conversas: promovendo interação, reflexão e mobilização entre catadoras de recicláveis", foi concluído em setembro, na Vila Pantanal (Boqueirão, Curitiba, Paraná), pela Oyá Consultoria Social.
O programa foi idealizado por Viviane de Souza Vicentin, consultora da OYÁ Consultoria Social, com o escopo de integrar o Projeto: “Promovendo oportunidades inclusivas, empoderamento e direitos para mulheres, jovens e famílias na cadeia de reciclagem em Curitiba-Brasil”, desenvolvido pelo Fundo de Populações das Nações Unidas – UNFPA/ONU, com o apoio da Unilever.
DIRETRIZES DO PROGRAMA
O programa contemplou a realização de 4 (quatro) rodas de conversa, realizadas em estrutura itinerante, com mulheres em situação de vulnerabilidade social, residentes na Vila Pantanal, Alto Boqueirão, Curitiba/PR, em um ambiente seguro de trocas e reflexões, aberto às expressões de diferenças, não burocratizado, embasado nos princípios facilitadores da abordagem centrada na pessoa, propiciando um espaço de acolhimento, bem-estar emocional promovendo interação, reflexão e mobilização acerca de temas próprios do universo feminino, saúde e direitos, empoderamento feminino e projetos de vida.
LOCAL ESCOLHIDO PARA A IMPLEMENTAÇÃO DO PROGRAMA: VILA PANTANAL
A Vila Pantanal é formada por duas áreas, sendo a primeira a noroeste da linha da rede ferroviária e a segunda ao sudeste da linha férrea, adjacente ao Parque Estadual do Iguaçu.
Segundo informações da Prefeitura de Curitiba, em relatório da COHAB de 2020, a Vila Pantanal apresentava em 2018 aproximadamente 4,5 mil habitantes, sendo identificadas 765 famílias, das quais 272 foram reassentadas, 117 estavam no aguardo de reassentamento e 376 estavam no aguardo de regularização.
Ainda, segundo o IBGE (Censo 2022), a Vila Pantanal apresenta uma população de 2.653 habitantes, sendo que 100% apresentam algum tipo de vulnerabilidade pessoal ou social. O rendimento domiciliar per capita não ultrapassa um salário-mínimo, sendo que, em 38% dos lares o rendimento mensal não ultrapassa ½ salário-mínimo, revelando o alto grau de vulnerabilidade à pobreza.
Segundo dados do IBGE (Censo 2022[1]), apenas 25,78% das casas têm acesso à rede de esgoto. No local há coleta de lixo e acesso à água tratada (99,13% dos domicílios).
Dentro da Vila Pantanal, existem alguns equipamentos públicos (urbanos e comunitários). No local há: a) CMEI PANTANAL; b) Unidade de Saúde Pantanal; c) Escola de Ensino Fundamental Jornalista Arnaldo Alves; d) Horta Comunitária; e) Academia ao ar livre (desativada); f) Cancha de Futebol de areia na entrada da comunidade (em reforma); g) Barracão Ecocidadão Pantanal.
É importante destacar que no local há conflito de facções rivais e regras bem delimitadas para que trabalhos sociais possam ser desenvolvidos, principalmente quando se refere à temática de drogas. Há histórico de enchentes e alagamentos.
Dentro da Vila Pantanal não há organizações da sociedade civil formalizadas, apenas lideranças locais que auxiliam na realização de projetos e ações sociais.
Da população do local, aproximadamente 75% (setenta e cinco por cento) das famílias vivem da comercialização de resíduos, segundo a COHAB, um total de 530 famílias.
RODA DE CONVERSA 1: O papel do catador na cadeia produtiva em torno dos resíduos sólidos e no combate às mudanças climáticas.
Facilitador: Mario Luís Pessoa Guedes
Fotos: Luis Fernando Pedruco
RODA DE CONVERSA 2: Cidadania / Acesso a direitos e Enfrentamento de Violências.
Facilitadora: Lya Galesi Abdala Boarin
Fotos: Luis Fernando Pedruco
RODA DE CONVERSA 3: Autoconhecimento, Empoderamento Feminino e Projetos de Vida.
Facilitadora: Kriscieli Fonsaca
Fotos: Luis Fernando Pedruco
RODA DE CONVERSA 4: Saúde sexual e reprodutiva. Dignidade menstrual. Métodos Contraceptivos.
Facilitadora: Luiza Macarini Bosa
Fotos: Lucca Vianna
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